Narrando a vida sertaneja, as dificuldade da caatinga brasileira, falta de água, comida e acomodações o filme de Nelson Pereira dos Santos “é lindo” e maravilhoso por mostrar cenas da vida sertanista.
Ao indagar sobre as problemáticas que o filme transmite, refletimos no âmbito de uma realidade ainda existente, e, de conjuntura política, econômica e social brasileira. Que no sentido amplo das cenas são mostradas e sentidas por aqueles que possuem percepções aguçadas diante da micro história.
Fabiano, vaqueiro, é o chefe da família dos retirantes nordestinos.
Sinhá Vitória, mulher de Fabiano é quem possui mais conhecimentos que o cônjuge, seu sonho é um dia ter uma cama igual à do seu Tomás da Bolandeira, sempre evocado na narrativa como sinônimo de homem sábio.
Os meninos pouco aparecem quanto à questão de fala, restringindo-se por muito tempo a grunhidos.
Baleia, o personagem mais curioso do filme, é uma cadela que tem importante papel no drama sertanejo.
Seu Tomás da Bolandeira, tido como exemplo de homem, possuindo grande conhecimento.
O soldado amarelo, assim como o fiscal da prefeitura e o dono da fazenda, são retratados como rivais ou detentores da opressão.
Este último, pelo fato de ser chamado de Amarelo, penso, será que Graciliano Ramos quis fazer uma analogia com o poder governamental e sua opressão a região nordestina? Isso não sabemos, mas nunca podemos dizer que não.
Vale a pena conferir, se não o filme pelo fato de ter sido feito em 1963 e não estar mais disponivel no mercado, o livro sim.
2 comentários:
O filme ainda não vi, mas o livro, com certeza recomendo. A cachorra Baleia rouba a cena e se destaca como a personagem mais humana, por mais contraditório que isso possa parecer. Sem falar no autor, Graciliano Ramos, que narra a história de maneira majestosamente seca, a exemplo da própria vida das personagens. Ótima pedida.
Show mesmo né....estou trabalhando com as crianças do 4º ano - professor Júlio...
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